sábado, 21 de novembro de 2009

ENCONTROS DOS DIAS 24/10 (sábado) e 29/10 (quinta-feira)

Nesta postagem quero que você que é paraense que está longe por alguma razão, ou que já passou por aqui e saboreou os dois pratos típicos de nossa culinária feche os olhos e sinta o sabor e o aroma do "pato no tucupi e da maniçoba", pratos sempre presentes nas festas comemorativas e principalmente no almoço do círio, época em que as famílias se reunem para festejar mais um ano de vida, alegria e prosperidade.

Pato no tucupi, pato assado de forno destrinchado e cozido novamente no tucupi com jambu, verdura que possui propriedades anestésicas, causando uma leve sensação de tremor na língua.

Maniçoba é uma espécie de feijoada em que as folhas da mandioca, conhecida por maniva são usadas no lugar do feijão. A maniva deve ser cozida por sete dias sem pausas até ficar verde enegrecido para perder o ácido cianídrico.

Bom apetite, porque estas duas iguarias são pratos cheios para o professor explorar em sala de aula em todas as disciplinas em qualquer região.




Eu aprendi que quanto menos tempo tenho, mais coisa consigo fazer"
(shaskeapeare)

A viagem fantástica continua e está muito interessante, porque quanto mais o cursista aplica o "avançando na prática", mais satisfação ele sente em participar desta viagem, por isso esse dia -a-dia deve ser registrado e não arquivado para que outras pessoas tenham conhecimento das atividades realizadas nas oficinas do Gestar, nas práticas de sala de aula, nas reflexões, nas trocas de experiências, além deste registro é pensamento nosso de que o resultado das oficinas e projetos sejam digitados e entregues a todos os cursistas. A professora Helena Viana vai mais além, quer reunir com o grupo de língua portuguesa para pesquisar textos adequados a série e interesses dos alunos, também sugere que após o término da "viagem fantástica" o grupo se encontre de dois em dois meses para troca de experiências.



Tudo isso nos faz pensar que o potencial de realizações está em nossas mãos e que vai mais longe quem tem um propósito, quem se prepara para o impossível, quem tem um porquê enfrenta qualquer como, por isso não devemos desistir de nossas ideias, devemos realizá-las, registrá-las e apresentá-las à comunidade.

Pois "para fazer mudanças não é preciso buscar novas paisagens. Basta apenas olhar com novos olhos" (Marcel Proust)
Nos dois encontros um na escola "Agostinho Monteiro" e outro na "Faculdade Fama" de 8:00 às 18:00 horas iniciamos com a música "Dias melhores" de Jota Quest, porque estamos participando do GESTAR e queremos dias melhores para sala de aula, para os alunos, pais e para o município em que trabalhamos, acreditamos que seremos melhores do que antes, porque tudo nós já faziamos e agora estamos colocando uma nova roupagem, recriando, " o mesmo objeto e um novo olhar" . Depois exibimos o slid que fala de "pipocas" comparando com as pessoas que muitas vezes precisam passar pelo fogo para se transformar e muitos passam pelo fogo e ficam do mesmo jeito se tornando um milho piruá, aquele que não serve porque não mudou e é isso que não queremos que aconteça com os cursistas, que terminem o curso e voltem a usar a prática antiga, desejamos mesmo que todos se transformem em uma flor branca e macia em que se transforma o bom milho de pipoca e não em piruás. logo em seguida abrimos para o debate.

O debate é muito interessante porque dá oportunidade das pessoas falarem realmente o que sentem com aquela mensagem, a relação que fazem com o curso, a vida profissional e a vida familiar.



Após o debate exploramos a teoria de projetos para facilitar a tarefa dos cursistas onde falamos um pouco da história, porque, então trabalhar com projetos, o que deve conter em um projeto, as perguntas, alguns temas como: moradia, cidadania, integração família escola e outros sugeridos de acordo com o problema de cada escola e além dos materiais nós apoiamos no Guia Geral do programa de língua portuguesa.

Alguns cursistas relataram fatos da escola em que trabalham para ter certeza do tema, outros pesquisaram na própria escola por meio de uma lista, para ver qual o mais votado, um grupo solicitou reunião com a gestora e demais professores porque o projeto é interdisciplinar e os demais poderiam não querer desenvolver tarefas relacionadas ao projeto.

Estamos dando condições para que cada cursista idealize e documente seu projeto.

Para relaxar aplicamos a "Dinâmica para interpretação de texto", onde se faz uma lista com pelo menos 15 itens ou coisas e destaca-se o último. " Faça apenas o número 2.


O que se observa é que a grande maioria não presta atenção, pois a primeira instrução diz:" Leia atentamente até o final", então fazem tudo o que tem na lista, quando chegam na última é que descobrem que era para fazer apenas a tarefa de número 2, mas para que isso aconteça o instrutor avisa que a dinâmica será uma competição e ganhará quem terminar primeiro.

Iniciamos o TP1 que trata de "variações linguísticas", onde foi distribuído o texto "A estranha passageira"(Preta, Stanislaw Ponte), o qual direcionou para várias piadas, chegando-se a conclusão de que a linguagem informal é realmente usada entre familiares e amigos, por esta razão a professora Raquel contou várias piadas, a professora Helena leu o poema "O qui é Brasí Cabôco? " e o grupo cantou " Saudosa Maloca". Após toda esta dinâmica se perguntou como era a fala dos alunos com relação a variação linguística e os professores responderam que não tinham caso do tipo das variações citadas, porém havia a gíria, palavras típicas da região e troca de letra e fonema.

A Professora Maria Dias expôs um slid sobre variação linguística que continha a ideia de que a escola precisa abrir-se à pluralidade dos discursos, uma vez que deve propiciar o contato do aluno com a maior variedade possível de situações de interação comunicativa e que o professor deve intoduzir, ao mesmo tempo o respeito e a aceitação aos vários falares dos alunos e por outro lado, uma prática de ensino e aprendizagem cujo objeto de estudo seja os próprios textos dos alunos (orais e escritos), o que também não significa o abandono ao ensino da língua culta/padrão, pois esta continua sendo a variante de prestígio, portanto é importante que seja trabalhada em sala de aula. Além disso é imprescindível que haja frequentemente uma prática de reflexão sobre o uso das variedades linguísticas existente no país, nos diversos gêneros textuais.

Ainda se trabalhou as variações dialetais e de registro e a classificação das variedades linguísticas.

Para dinamizar o assunto os cursistas encenaram o texto "Retrato de velho"(Andrade, Carlos Drummond), foi um sucesso se divertiram muito.


Oficina do TP1, o texto "A outra senhora" de Carlos Drummond de Andrade, na visão das cursistas: Aila Damasceno e Jeane Pereira, o texto causou um impacto contrário ao objetivo - de falas amorosas e atenciosas para com a mãe, pois esperávamos um texto mais particularizado entre o cotidiano, mãe e filha..

Acreditamos que, para causar exatamente este impacto, o autor ironocamente, criticou o excesso de propaganda, o consumismo e a falta da aluna em redigir um texto próprio. Ela fez cópias de propagandas, criando um texto "remendado" de vários textos. Mesmo citando situações vividas por sua mãe, utilizou-se de terminologias não comuns ao gênero carta.

A crítica do autor fez referência, também a questão comercial e econômica que é dada ao "Dia das mães", fazendo com que as pessoas se preocupem somente com objetos materiais deixando de lado o valor emocional da data.

Para realizar a aula utilizando esta crônica, pensamos em: leitura e discussão do texto, identificar e copiar somente a escrita própria da aluna, reconhecer as marcas da oralidade no texto, explicar as etapas de uma carta, enumerar quanto e quais produtos ela pensou em comprar, identificar os problemas que a mãe iria ter ao usar os produtos, escrever a moral da história, identificar os erros de ortografia e de pontuação, elencar os termos utilizados no diminutivo falar sobre a diversidade linguística dos termos técnicos, gírias, estrangeirismo, produzir um texto sobre o tema abordado " Dia das mães". Público alvo 6ª série.
As cursistas Ana Maria e Otília seguiram o pensamento das cursistas acima citadas, porém como produção textual solicitariam uma mensagem natalina para trocar com os colegas e outra para ornamentar à escola.
As cursistas Raquel Campos e Helena Viana iniciariam falando sobre a importância da mãe na base familiar e o apelo do capitalismo com relação ao dia das mães. Formariam grupos para responder perguntas sobre o texto e a produção seria uma carta ou crônica a partir de outra data comemorativa. Público alvo 7ª e 8ª séries.
As cursistas Raimunda Teófila e Karina Macedo enfatizaram a visão machista sobre o papel das mães que deveriam segundo esta visão, " estar voltado par o trabalho doméstico", isto se reforça pelos presentes pensado pela menina.
O autor deixa transparecer que mais importante que presente material é o amor da filha e solicitariam uma dissertação sobre o tema ou a influência dos anúncios de propaganda na vida dos consumidores. Público alvo 7ª e 8ª Séries.
Os cursistas Nelito, Ângela, Waldelice e Sandra Silva após a leitura solicitariam uma pesquisa das palavras desconhecidas, fariam uma análise coletiva das idéias do texto para ver se está de acordo com a realidade do educando e gramaticalmente trabalhariam colocação pronominal, adjetivos, diminutivos, formas de tratamentos e a produção textual seria uma carta.
Os cursistas Dino Curtis, Joelma Leão e Maria das Graças Cunha, após leitura fariam uma análise sobre o texto observando o sentido formal e informal e o consumo desenfreado
solicitariam que o aluno reescrevesse o texto em sua própria linguagem para dramatizá-lo. Público alvo 8ª série.
Os cursistas Renato e Liliam explorarim esta centralização nos afazeres domésticos e que em muitas famílias a mãe é quem sustenta a família, portanto é o "esteio da casa".
A produção textual seria uma crítica reflexiva sobre a família brasileira.
O cursista Dimitri após leitura e análise do texto sobre o tema e a forma exploraria muito o "querer e o o poder" e a situação das pessoas comprarem o que não podem por causa da propaganda. Publico alvo 8ª Série.


Após a escrita fez-se a socialização e incentivo para a próxima oficina.
Incentivamos para que façam os "avançando na prática" porque:
O gestar é atualização
O gestar é atenção
O gestar é reflexão
O gestar é interação
O gestar é cooperação
O gestar é animação
O gestar é disposição
O gestar II, ano 2009 está chegando ao final da fase presencial, fase que transformou a vida profissional das pessoas envolvidas e comprometidas com a educação, que pesenciaram e sentiram a alegria no rosto de cada aluno que apresentou e defendeu a pesquisa indicada pelo professor e que com esta apresentação sentia-se importante, porque naquele momento ele era o dono da situação, portanto tinha a atenção de todos e esta felicidade do aluno foi gratificante para o cursista que interagiu e chegou a conclusão que valeu a pena pelo que ensinou e aprendeu com o aluno.
Por tuda esta mudança é que solicitamos que o cursista realize os avançando na prática para que possamos documentar a mudança na prática pedagógica.